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segunda-feira, 6 de maio de 2013

o fabuloso canyon do peixe tolo



nadam ao seu redor citações plenas e palavras cibernéticas e palavras transsiberianas e também cristalina confusão e meio da noite e luas minguantes e faces sisudas tratando-o como de casa porém sem o ser que há nele idiota ondulando sua caudinha ziguezagueante ziguezagueando pelas locas do córrego tal fosse aquilo o mar único que já houve e haverá honra e glória imensas de se navegar submergido neste mundo fenomenal não obstante infiminhas as cenozóicas escamas rabiscando a esmo a água em prata sem pedra alguma para educar empoladas penas e as coisas reais e venturosas a passar por ele liquidamente intangíveis a ridícula semana de tarefas abstrusas e comezinhas a lambuzar suas nadadeiras de matéria desconhecida e gosmenta e se sol ou se chuva ninguém sabe que ninguém olha ninguém olha o dia lá fora o passado não mais que um ontem (ou no máximo ant’ontem) e o futuro não está adiante eterno porvir água ao seu encontro futuro-aqui e o agora não é estar não é estaca não é pilar não é jaca só um olhar que ondula tonto como o rabo e pouco vê além de reflexos quiméricos nesse córrego-mar maravilhoso e enganador e portanto as citações esplenomegálicas em palavras longas nenhuma similitude com a tarefa seminal ou o prazer gratuito ou a alegria genuína de quem não nada habitante desse trecho curto desse ribeiro tímido território alimentativo de peixinho-inho sob o respirar majestoso do universo que se concebeu muito tempo antes dos primeiros laivos amebóides de consciência para a qual repentina e microssegundezimamente a realidade em eterna e pétrea aparição impera vera e única sem arestas seixo no leito do córrego no fundo do fabuloso canyon do peixe tolo
andrejcaetano
Belma Arslan

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