não sou um poeta, mas um poema;
e que se escreve, apesar de ter jeito de ser um sujeito
J-M É L (on Stéphane Mallarmé)
escrever do padecimento
é o padeiro fazer tijolo
enganadamente
enganando
o fazer e o tijolo
mistura claras de idealização em farinha de fatos
adiciona óleo de miragem a
essência de dissímulo
salpica palavras adocicadas sobre incerteza
ocultada
coloca para assar um ano no forno
das distâncias
eis o pão da angústia
puro delírio sintático
estático e semovente
distorcido e condensado
deflora-adentra-encrava
escrever de padecimento é o oleiro comer o pão
com lascas de sexo e geleia de amor
do parto do sol ao porto do chão
desejo difratando
o idioma dissociador
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