sentei-me para ordenar as
tarefas da tarde
e a primeira que me veio foi
exatamente esta:
escrever um poema.
qualquer um!
manuel de barros adejou pelos
desvãos da minha lógica
com seus sapos e pedaços de pau
e as personalidades dos rios e
seus barrancos.
mas de nada adiantou.
poesias mais acadêmicas também
sobrevoaram minha ótica.
inquietei-lhes a atitude com
alguns poemas
de wislawa szymborska.
outra hora.
logo ali
o futuro do pretérito do
trânsito paulistano
engarrafava poesias concretas.
mas nem me passou a idea de bebê-las.
lembrei-me então que eu bebera
joão cabral.
isso porém não alterava minha
condição
de temporário residente desta
nau.
e agora?
preciso um poema
que não diga nada demais.
apenas manche esta tarde de
palavras
e
imprima nela a falta que ela não fazandrejcaetano
Parabéns, poeta. Não quis dizer nada demais e disse tanto. Levando água na peneira...
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