Gerúndio sumido. tempo que não aparece. nem tele-empaticamente como tantas vezes. falta dele. ele expira as coisas já expiradas e inspira as ainda não delineadas. escrevo ele quando vem o escrevente mim e sai o almocreve eu. ele vê e diz ‘tu me tomas como a um tomate uma amora abóbora um vegetal de minha própria safra. tu sabes que não planto nada.’ ele que desligue o que quiser. o que escrevo é colheita do que ele espalha. é por admiração. despeito também. ele passou por aqui há não tanto tempo assim. deixou um envelope na portaria com um bilhetinho em papel azul: ‘o japão é um lugar horrorosamente maravilhoso; meu queixo caiu em shinjuku city e eu não o procurei; prossigo sem queixo.’ pensei – não pensei nada, me veio – que Gerúndio encontrou seu lugar – força de expressão, o mundo é o único lugar que Gerúndio consideraria seu – qualquer localização um teco mais precisa se lhe cairia jaca da árvore das geografias. enfim, pensei que um lugar horrorosamente maravilhoso é muito diferente de um lugar maravilhosamente horroroso. um é sincero por necessidade, o outro é o caolho do caótico; um é um fundamento, o outro são apontamentos; um são santuários ao vento, o outro é um templo; um é menino déspota, o outro é semblante de falso libertário; em um se perde o queixo para sempre, no outro sempre é sempre temporariamente. Gerúndio deve estar a escorrer pelo japão já um seixo. já hablando algum nihongo. já senhor dos trens - como outrora fora e depois a cada agora - a se plasmar em paisagens omikujis e gentes. do escurecer até a aurora. prossiga ele. inspire mergulhe submerja. e reemerja expire gargalhe e diga nihongamente a geiko ‘meu queixo? te deixo’.
andrejcaetano
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