Como decifrar
pictogramas de há dez mil anos
se nem sei decifrar
minha escrita
interior?
Interrogo signos
dúbios
e suas variações
caleidoscópicas
a cada segundo de observação.
A verdade essencial
é o desconhecido que
me habita
e a cada amanhecer me
dá um soco.
Por ele sou também
observado
com ironia, desprezo,
incompreensão.
E assim vivemos, se ao
confronto se chama viver,
unidos,
impossibilitados de desligamento,
acomodados, adversos,
roídos de infernal
curiosidade.
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