artista que mais se comprazia com o defeito-terapia
do que com a arte que a conduzia
escrevinhadora que escrevia
solilóquios sem si
sob a forma de quasi-poesia
amestradora de cavalos amestrados
e de um ou outro peão de boa
montaria
estudiosa diletante que se ardia
ouvindo
um ou outro sádico da antropologia
nos cursos que como ouvinte não
fazia
curiosa da astrologia que cria em
um só mapa
no qual o soturno saturno denega
qualquer sinastria
livreira sebosa que vivia à
sombra do enorme sombreiro
de outra livraria
namorada que sassaricava
namorados
e ciscava contingências para fins
de criptografia
um dia
espremida entre a parede da idade
e uma contingência tolamente solícita
sondou
‘amore, você me
sustentaria?’
ao que
evaporaram no ar o
ser e a fantasia
na mais perfeita arte
da prestidigitação
andrejcaetano
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