ó pobre Orides
houve de inscrever tão fundo
com o prego torto
que a tinha dependurada na parede
nada de versos orados
ornados
despejando o contido na despensa
ideais do-eu ou daquela Outra
nada de escreveres vazantes
vazamentos vagos
delineando a condição pegajosa
de um dia esquisito
mui distinto mas tal e qual
indo para o não-mais-sendo
do conjunto qualquer-outro
armazenado na despesa da memória
ó pobre Orides!
deambulando por nenhum lugar
em sua ânsia construtiva
a agulha espetada no olho da palavra
fazendo dela o que ela não quer
o que ela não quer
é o que ela faz
te pendura numa sequência
destrutiva
de paus-de-arara
uma arara
Orides
arara-uma
qual-qual quer outra
araru-ama
bebedouro
delas
andrejcaetano
[Vide Aperture] |
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