[devido a/por Itamar]
deste instante em diante
pasto no que ele fez da
dor
ele
aquele nego negro sonda
rumo onda
quando subiu no palco
do dce da gonçalves
dias
e
ó!
eu estava lá
por que eu estava lá
não sei
porque estar lá então
foi
daquele instante em
diante:
aquele nego reto fino
solo alto
baixo
gigantescamente
e eu nunca mais
coube
sem saber não haver porquê
não dizer: cravaste a carne:
gestos jeitos arranhando o céu
machucando a noite
ilhas istmos continentes
tudo um dia soçobra
tanto lá
quanto ré
paraná
um sol si dói
auf wieder sehen
e o resto depois eu digo
e
não
não foi a música somente
foi
o país que eu era e ainda
não era
doídamente negro
totalmente nego
afroparanaense
em curtos toques
paulistanamente
telegráfico batuque
um país incabível
em tanto
exclusivamente
e
a palavra do corpo na
música
alta tesa fina
preta
elegantesimamente