bicho-preguiça sabe nadar nonada
sabe esvaziar vazio
não tem vontade de descer
nem de será
[se escrevesse
escrevia de sabiá
de manga rosa espada ubá
da alegria de carnabalizar
das águas de pedra do rio cipó
descendendo sem nada significar]
bicho todo-metáfora sabe sobremetaforizar
‘isso é apenas uma face do cubo
de gelo’
e gargalha
que mera admiração pelo absurdo
que mera admiração pelo absurdo
[nada sabe dos significados abatidos
nas
mesas de bar
em
reuniões decentes e encontros notórios
nas antigas salas de jantar
em aniversários
casamentos e velórios]
ai enorme bicho-preguiça
abraçado a um galho de alguidar
fumando fumaça de narceja
bicho todo só-olhar
fala de longe lindas falas lentas
fala de longe lindas falas lentas
sem as iniciar
a suspirar a
fumaça de seu narguilé
analisa as
formigas transeuntes
não tem
pressa
ali sempre
o jantar a
passear
ai bicho maravilhoso com pulsão tão de vagar
que vontade de te abraçar
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